O judô da 57ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina reuniu 148 atletas nos tatames instalados do Sesc, neste sábado, 4, para as disputas individuais. Phelipe Pelin, de Itajaí, no masculino, e Natalia Parisoto, de São José, no feminino, confirmaram o favoritismo e lideram as duas equipes que devem brigar pelo troféu da modalidade na manhã deste domingo, 5, quando serão realizadas as disputas por equipe, que valem pontuação dobrada.

Tanto Phillipe Pelin, na categoria Ligeiro, como Natália Parisoto (meio-pesado) chegaram aos Jasc referenciados pela participação em competições nacionais. Pelin é um dos três titulares da Seleção Brasileira, enquanto Natália é a "sparring" da bicampeã mundial Mayra Aguiar. Mas a satisfação em participar do Jasc é proporcional ao favoritismo.

 "É a única competição que posso disputar pelo meu município", explica Pelin, 27 anos, que mora em São Paulo desde os 17 anos, quando foi adotado pelo medalhista olímpico Henrique Guimarães, e hoje treina no Pinheiro (SP).  Atual número 16 do ranking mundial na categoria até 60 quilos, Pelin alimenta o sonho olímpico de Tóquio 2020. "Estou no início do ciclo olímpico e estou satisfeito pois pude colocar em prática tudo que treinei", afirmou Pelin, que venceu três lutas para ficar com o ouro.

 Natália Parisoto, de São José, venceu na categoria meio pesado (Foto: Alessandro Koiumi)

Natália Parisoto ainda não é da Seleção Brasileira, mas irá buscar sua vaga na próxima seletiva com a experiência de quem já treinou com Mayra Aguiar, o grande nome da história do judô feminino do Brasil, na véspera da Rio 2016. Na disputa pelo ouro da categoria meio pesado (até 78 quilos), a judoca de São José mostrou superioridade técnica para vencer a amiga e ex-parceira de treino Hemily Almeida, de Tubarão. "É o meu terceiro título no Jasc e, desta vez, foi obtive a vitória sem correr muitos riscos. É bom porque estarei confiante para o Campeonato Brasileiro na semana que vem", salientou. 

 O retorno de Thiago Tavares

 Além das vitórias dos grandes nomes do judô catarinense, a edição 57ª dos Jogos Abertos de Santa Catarina teve o retorno aos tatames do lutador de MMA do Ultimate Fighting Championship (UFC), Thiago Tavares, 32 anos, pela equipe de Santo Amaro de Imperatriz. "Meu começo foi no judô e disputei os Jasc de 2002 por São José, quando fiquei em terceiro lugar", contou Thiago, que também foi tricampeão dos Joguinhos Abertos.

 Desta vez, na disputa pelo terceiro lugar da categoria leve, Thiago acabou derrotado pelo judoca de Itapema, Daniel Silva, 22 anos. "Foi uma luta dura e respeito ele bastante. Foi como uma final para mim", disse o judoca vitorioso, ainda eufórico com o bronze que representou ouro.

 Lutador de MMA do Ultimate Fighting Championship (UFC), Thiago Tavares, 32 anos competiu por Santo Amaro de Imperatriz (Foto: Alessandro Koiumi) 

Mas o dia também teve a consagração de um novo campeão. João Gonçalves, 19 anos, de Itajaí, garantiu o ouro decidido com um wazari aplicado no Golden Score (a prorrogação) após um combate truncado com William Jacques, de São José, pela categoria pesado (acima de 100 quilos). 

 Mais do que o primeiro título de João, o ouro da categoria pesado representou a continuidade da força do judô de Itajaí forjada por Fabiano Zambonetti, o maior campeão do judô da história do evento, com 26 medalhas de ouro (individual e por equipe). "Estava treinando para vencer nos Jasc, pois trabalhei muito no ano passado e não houve o evento", revelou João, que começou a praticar judô na academia de Zambonetti, é tricampeão dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) e atualmente treina na Unisul de olho na seletiva para a Seleção Brasileira que será disputada em Curitiba (PR) ainda neste ano.

 Os Jasc são uma promoção do Governo de Santa Catarina, por intermédio da Fesporte, em parceria com a prefeitura e Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Lages.   

 Cristiano Rigo Dalcin

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