Após cirurgia, atleta de tiro chega em cima do laço
Um hobby transformado em desafio competitivo. É assim que a maioria dos atletas do tiro ingressa nesta modalidade. Na manhã desta terça-feira, 7, ocorreram as disputas do tiro Trap Double, dos Jogos Abertos de Santa Catarina, no Clube Caça e Tiro. No individual, Rodrigo Búrigo (Tubarão) ficou em 1º lugar, seguido por André Moratelli (Chapecó) e Neto Abraão (Blumenau). Nas equipes, Chapecó ficou em 1º, Tubarão em 2º e Blumenau em 3º.
O médico ortopedista Antonir Nolla, 40 anos, é natural de Toledo (PR), mas escolheu Lages para fazer carreira e formar família. Atrasado por conta de uma cirurgia que estava fazendo pela manhã, Antonir ficou nervoso e sentiu a pressão. De 50 tiros acertou 42 na primeira tomada. “São competições amadoras, mas é algo que me encanta. Eu não tenho meu meio de vida no esporte. Sou um apaixonado. Ocorreu uma emergência e esta foi prioridade.”
Antonir competirá ainda nesta quarta e quinta no Single. “O tiro é um hobby, e me dá muito mais energia para fazer cirurgias difíceis, atender vários pacientes num dia, cuidar bem da família e desempenhar melhor a profissão sem tanto estresse e com longevidade maior.”
O lageano de coração já coleciona, junto a sua equipe, medalha de bronze nos Jasc de Joaçaba em 2015, e em 2012 ele foi 2º lugar no individual em Caçador. Tido uma revelação recente da modalidade, Antonir estava atirando há apenas dois anos quando foi prata. “Tive contato com armas quando era oficial da Marinha. Eu me apaixonei e estou envolvido desde que vim para Lages e conheci o pessoal do Clube de Tiro. Participo de campeonatos há cinco anos.”
O comerciante lageano Marco Aurélio Souza Silva, 56 anos, mora em Balneário Camboriú há 20 e compõe a equipe da cidade-natal. Atleta há 28 anos, compôs a disputas de Double e estará no Single nesta quarta. “São provas difíceis, mas estamos confiantes”, resume. Ele já esteve em mais de 20 Jasc, incluindo o realizado em Lages, em 2002 e foi campeão catarinense de tiro em 1993. “Fazia uma semana que estava treinando. Nós temos a final da Liga Nacional em Ponta Grossa (PR) para competir e estamos concentrados. Estamos na briga.”
Outro lageano, Ronaldo Carbonera, 57, é atleta de tiro há mais de 30 anos. Participará na categoria Single nesta quarta. Sua equipe tem três atletas de Porto União e o restante, lageano. Dá um total de 18 atiradores. “Faz 32 anos que competimos em Jogos Abertos. Em Joaçaba, no Jasc anterior, ficamos em 3º lugar, assim como em Joinville e Chapecó conquistamos o 2º lugar (Jasc). Em 1993 nossa equipe foi campeã catarinense. Por dez anos fomos campeões consecutivos, na década de 1970. Particularmente, fiquei em 4º na minha categoria este ano em nível nacional e em 2016 em 2º”, destaca.
A tetracampeã
Canoinhas é tetracampeã em tiro Trap Single em Jogos Abertos. O empresário Rafael Mussi, 40 anos, representa o município, cuja equipe é composta por seis atletas. Participa da modalidade há três anos e está estreando em Jogos Abertos. “Esta modalidade já existe há muitos anos em Jogos Abertos. E isto é relevante até para desmitificar a questão, pois tiro é um esporte, diante dos eventos mais recentes que assustaram o mundo. É um esporte bonito para o qual se deve dedicar e trabalhar muito a mente e a concentração.”
Na quarta-feira, 8, será a modalidade Trap Single (Trap Americano), das 9h até por volta de 14h. O coordenador da competição e presidente da Federação Esportiva de Tiro, Carlos Augusto Sell, diz que os Jasc são sempre uma competição atípica. “Tivemos o Catarinense da Liga Nacional Online e o Brasileiro Online, e quando chegam os Jogos Abertos é diferente. No tiro conta muito a situação emocional.”
Texto: Daniele Mendes de Melo
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