Sábado, 11 Novembro 2017 19:23

São José resolve final do vôlei de praia de primeira Destaque

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Thiago e Ceará com o troféu de campeão geral Thiago e Ceará com o troféu de campeão geral Foto: Sandro Scheuermann

Depois do temporal de sexta-feira, 10, deixando a quadra de vôlei de areia do Clube Caça e Tiro 1º de Julho debaixo d’água, neste sábado (11 de novembro) foi dia de passar filtro solar. O céu sem nuvens formou o cenário perfeito para a grande vitória do São José em cima do Blumenau no masculino, que precisava vencer dois jogos para subir no lugar mais alto do pódio, a missão mais árdua.

Sérgio Ceará e Thiago Barbosa levaram o ouro para casa depois de ganhar por dois sets a zero (21/14 e 21/18) e invictos na competição. Com uma dor na lombar desde sexta, Ceará jogou receoso, mas foi bem e faturou o ouro. A classificação ficou assim: 1º: São José; 2º: Blumenau; 3º: Balneário Camboriú; 4º: Porto Belo; 5º: Timbó; 6º: Joinville; 7º: Bombinhas, e Caçador em 8º.

 Reverência e gratidão mútua  

 Sérgio Ceará, o Rei da Praia, maranhense, 49 anos, é campeão 12 vezes em Jogos Abertos e não faltou em nenhuma edição de Jasc desde a apresentação, em 1998, quando ficou em 2º lugar. Os Jasc de Blumenau, de Itajaí (2014 - neste ganhou no tie-break na final) e de Joaçaba (2015) são memoráveis para o atleta. Está comemorando 30 anos de carreira e mora em São José há 25. Defende o time há cinco, mesmo tempo de parceria com Thiagão, e já vestiu a camisa do Blumenau, Florianópolis e Itajaí. Com o atual colega ficou em 2º lugar no Sul-Americano, em 2005. Com o ex-parceiro Guilherme conquistou prêmios de superação. Foi 5º lugar no Open - Circuito Brasileiro e campeão no Catarinense. “Já tivemos vitória importante contra Ricardo e Emanoel, na época em que eles estavam indo para a Olimpíada. Marcou muito minha carreira.”

Voluntário na olimpíada

Na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, Ceará foi voluntário no evento, servindo como uma lição enquanto gestor do esporte. “Em Tóquio, em 2020, a competição é feita pelo ranking mundial e eu não estou mais nessa pegada. O Thiago sim, é jovem, tem só 34 anos e tem condições.” Para o parceiro de quadra, só elogios. “Thiago me ajuda quando estou na dificuldade, no bloqueio, sempre me motivando e aí fico cada vez mais estimulado para correr atrás.”

O carioca Thiago, 34 anos, tem 1,98 metros de altura e 94 quilos. Define como maravilhoso estes Jasc e salienta que toda vez que está com Ceará tem a chance de conhecer mais sobre sua vida. “Somos amigos há anos e foi a primeira pessoa com quem joguei um torneio internacional. Ele me levou para fora e consegui um pódio. Eu o admiro mais como pessoa e sei tudo que faz para viver esse momento e ser competitivo.”

Este foi o 4º título de Thiago em Jasc. “E todos ao lado do Ceará. Quebrar o recorde dele é difícil, hein”, brinca. Na etapa do Open - Circuito Banco do Brasil, de 15 a 19 deste mês, em Itapema, Thiago estará firme com o parceiro carioca Oscar, e Ceará será colaborador na organização. 

Na final a experiência de São José falou mais alto sobre Blumenau (à esquerda)  Foto: Sandro Scheuermann

Passam de dez as edições de Jogos Abertos das quais já participou entre quadra e praia. Morou em diversas cidades de Santa Catarina por 12 anos e hoje corre o mundo em busca de vitórias e experiências. “Em 2002 parei de jogar na quadra. Fui campeão brasileiro no vôlei de praia; vice nos Jogos da Lusofania, um tipo de Olimpíada de países da Língua Portuguesa, vice em uma etapa do Challenge do Mundial. Este ano ganhei uma etapa do Open em João Pessoa (PB), e ganhei outra etapa do Challenge Nacional na Urca, Rio de Janeiro.” No Super Praia, Thiago ficou em 4º lugar, se tornando o mais importante da temporada.

 Os guerreiros do vice

 Nelsinho e Silvio tinham uma parada mais dura: ganhar dois jogos para se consagrar em 1º. A dupla chegou às semifinais invicta, mas perdeu para São José por dois a um na definição de quem iria direto para a final. Inverteram o quadro contra o Balneário Camboriú e disputaram a final. “É uma grande vitória chegar numa final porque o nível estava muito alto”, descreve Nelsinho. A luta não cessa. Eles também irão para o Open em Itapema. Nelson fará dupla com Rafael Berberi (Curitiba) e Silvio com Thiago Castilhos (Sorocaba).

Com 45 anos, Nelsinho, gaúcho de Ijuí, mora em Itapema, no Estado há 19 anos, e joga vôlei de praia profissionalmente há 28. Jogou pouco tempo na quadra, quando ainda estava no Exército. Este foi seu 13º Jogos Abertos. “Sempre que joguei estive no pódio. O 1º lugar veio nos Jasc de 2007, em Jaraguá, com o Keko, jogando por Balneário. Já fui campeão dos Jogos Abertos no Paraná e em São Paulo. Tenho dois 3º e o restante é 2º. Nos torneios chamados piratas tenho mais premiações, junto ao Keko, com quem estive por dez anos.” No Circuito Brasileiro, jogando no ranking, ganhou de duplas como Ricardo e Emanoel. “Eu não tenho data para parar, enquanto eu tiver condicionamento vou seguir jogando.”

A parceria com Silvio começou em 2017, mas já treinam há sete anos. O bicampeão do Circuito Estadual, Silvio, tem 30 anos e reside em Blumenau, cidade-natal. Começou no vôlei aos 14. Os treinos levados a sério vieram aos 21. Participa dos Jogos Abertos desde 2009. Seis principais títulos em Jasc são dois bronzes (2013, em Blumenau e 2014, em Itajaí), além de 4º e 5º lugares. “Este ano para mim já é de superação com essa prata. Os Jasc são a minha principal competição, em que foco todas as minhas forças. Trabalho de anos e anos de dedicação.”

Texto: Daniele Mendes de Melo

(49) 3221-1010

 

Lido 2114 vezes Última modificação em Sábado, 11 Novembro 2017 20:06