São 51 anos da primeira vez que os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) foram realizados em Rio do Sul. Não é pouca coisa, tempo suficiente para o esquecimento, até porque em 1995 a cidade viveu novamente as emoções deste que é o maior evento esportivo de Santa Catarina. Mas a edição de 1971, a 12ª, é lembrada até hoje com carinho e um certo toque de nostalgia por atletas, dirigentes, jornalistas, por todos, enfim, que de alguma forma participaram da competição. Fatos diferenciados, inesquecíveis - até muita tristeza por luto - não repetidos nas edições subsequentes, marcaram os Jasc/71 disputados em 19 modalidades.
Uma das competições, consideradas normais naquela época, chamava muita atenção e seria, atualmente, condenada pelas sociedades protetoras dos animais. O “Tiro ao Pombo”, substituído mais tarde pelo sofisticado e inofensivo “Tiro ao Prato”, praticado hoje sem remorsos entre as modalidades do “Tiro Esportivo”.
O desfile de abertura percorreu ruas centrais da cidade, desde a Avenida Aristiliano Ramos, até o estádio Alfredo João Krieck, para a concentração das delegações. Foi marcante, como nenhum outro, pela presença da Taça Jules Rimet, conquistada um ano antes pela seleção brasileira no México. O importante troféu – confeccionado em ouro, prata e pedras preciosas -, roubado da sede da CBD em 1983, acabou derretido pelos larápios. No desfile passou pelas mãos do técnico de futsal, e campeão estadual de futebol em 1965, pelo Inter lageano, Euclides Paulo Pompilio, o Leoquido.
A Jules Rimet não despertou a curiosidade do público apenas pela sua importância para o futebol brasileiro. É que com ela veio a Rio do Sul uma importante comitiva, formada pelas maiores autoridades esportivas do país: João Havelange, então presidente da CBD – em 1979 CBF -, e mais tarde da FIFA, Jerônimo Bastos, presidente do Conselho Nacional do Desporto, e Erich Tinoco, da Divisão de Educação Física do MEC. Além da taça, eles trouxeram no alforje 130 mil cruzeiros, como auxílio para o município realizar os Jogos Abertos.