Em um jogo caracterizado pela busca por espaços, dois dos 14 jogadores sem quadra têm um lugar para chamar de seu. No handebol, a área é exatamente um semicírculo com seis metros de raio e o único que pode pisar nela é o goleiro. Porém, essa não é a única peculiaridade da posição.
Quando seu time defende, todos os seis jogadores de linha os ajudam a defender sua meta, mas quando é hora de atacar, os goleiros ficam isolados, torcendo de longe para seus companheiros. São constantemente atacados, mas quase nunca atacam, com exceção nos momentos de desespero.
Aliás, desespero é uma palavra que não entra muito no vocabulário dos goleiros de handebol. Eles têm que ser pacientes e se conformar quando o adversário é superior. Tomar gols e boladas por cerca uma hora sem esbravejar não é para qualquer um, mas é para eles. E por que alguém escolhe essa posição?
Kauani Klos é goleira de Chapecó e disputa a etapa regional Oeste da Olimpíada Escolar Catarinense (Olesc), em São Carlos. Neste domingo seu time enfrentou Saudades e venceu por 26 a 6. Dessa vez ela foi mais observadora do que alvo, o que não tira em nada seu mérito.
É ela o jogo e quem ajuda o técnico a orientar o time em quadra, mas confessa que não é tão fácil quanto parece. “É difícil ser goleira e, na verdade, é para quem é louco. Tem que ter uma paciência enorme, pois você vê as suas amigas errando e não pode fazer nada a não ser defender.”
Filha de técnico, ela cresceu assistindo jogos de handebol e sua única conhecida no time era goleira, daí surgiu a admiração e a escolha. Agora são três anos na posição e, jogando Chapecó, sua intenção é ser tricampeã regional da Olesc. “A gente quer manter o título e se continuarmos jogando bem, concentradas, chegaremos na final e temos condições de ganhar”, falou a goleira.
A equipe feminina de Chapecó volta à quadra às 16h50 desta segunda-feira nas semifinais do handebol.
:: Confira a tabela completa clicando aqui
Texto: Lucas Inácio
Telefone: (48) 8426-5095