Sábado, 02 Julho 2016 18:40

Jogos Escolares e Parajesc promovem inclusão esportiva no Oeste Destaque

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Daniel Godoi do Colégio Luterano Santíssima Trindade, de Joaçaba, e Maria Fernanda Costa, atleta surda e portadora de síndrome de Down, da Escola Municipal Gaspar da Costa Moraes, de Itajaí. Daniel Godoi do Colégio Luterano Santíssima Trindade, de Joaçaba, e Maria Fernanda Costa, atleta surda e portadora de síndrome de Down, da Escola Municipal Gaspar da Costa Moraes, de Itajaí. Foto: Antonio Prado

São Miguel do Oeste está sediando desde o dia 1º até este domingo os Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc) para estudantes de 12 a 14 anos e os Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (Paresjes) para atletas estudantes entre 12 a 17 anos com deficiência intelectual (DI), visual (DV) e física (DF) que competiram no atletismo, goalball, futebol 7 e tênis de mesa. Nos Jesc estiveram em disputa as modalidades de atletismo, basquetebol, badminton, ciclismo, futsal, judô, handebol, voleibol, tênis de mesa e xadrez.  

Participaram dos dois eventos 1.600 atletas de 96 escolas catarinenses. Os campeões de cada modalidade dos Jesc representarão Santa Catarina na etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude, que acontece entre os dias 20 e 29 de setembro, em João Pessoa/PB. Já os campeões dos Parajesc comporão a seleção catarinense na etapa nacional da competição, que ocorre de 21 a 26 de novembro em São Paulo.

Pensando em uma maior interação e inclusão entre os atletas a Fesporte, organizadora do evento, resolveu a partir do ano passado, unir as duas competições no mesmo espaço das disputas.  A iniciativa deu certo e foi aprovada por dirigentes, pais, professores e treinadores e foi repetida este ano em São Miguel do Oste. Um exemplo desta união exitosa foi o atletismo e o tênis de mesa, que uniu em provas e partidas específicas atletas deficientes e não deficientes.

 Maria Fernanda Costa, campeã brasileira entre as Apaes (Foto: Antonio Prado)

No tênis de mesa dois personagens de 14 anos sintetizam essa inclusão esportiva: Daniel de Deus e Silva de Godoi, estudante do Colégio Luterano Santíssima Trindade, de Joaçaba, e Maria Fernanda Costa, atleta surda e portadora de síndrome de Down, da Escola Municipal Gaspar da Costa Moraes, de Itajaí.

Daniel, apesar da pouca idade, já é um multicampeão. Tem na curta carreira 17 medalhas, sendo 10 de ouro pela seleção brasileira. Entre elas a de tricampeão latino-americano, campeão sul-americano, campeão brasileiro e campeão brasileiro escolar.

O garoto começou a jogar tênis de mesa aos oito anos de idade por pura brincadeira por iniciativa do pai. E ainda nesta idade ganhou sua primeira medalha: um terceiro lugar em uma olimpíada entre as escolas de Joaçaba. Não parou mais. Com 10 anos de idade disputou sua primeira competição de expressão: o Campeonato Catarinense. Perdeu as quatro partidas de goleada e voltou para casa arrasado. “Nessa época pensei que jogava bem, mas no campeonato, atuando com os outros atletas de bom nível técnico, percebi que eu não jogava nada”, recorda-se.

Daniel Godoi na curta carreira tem 17 medalhas, sendo 10 de ouro pela seleção brasileira. Entre elas a de tricampeão latino-americano, campeão sul-americano, campeão brasileiro e campeão brasileiro escolar (Foto: Antonio Prado/Fesporte)

A desilusão serviu para ele cair na real: “percebi que se eu quisesse chegar a algum lugar teria que treinar muito”, lembra. E assim fez: começou a treinar de quatro a cinco horas diárias por semana e os títulos vieram. Segundo o estudante disputar uma competição como os Jogos Escolares de Santa Catarina permite aprimorar o seu tênis e retribuir todo o apoio que a escola lhe proporciona. “É sempre um prazer poder representar a minha escola, o Estado de Santa Catarina na Seleção Brasileira ou na etapa nacional dos Jogos Escolares”, diz.

Assim como Daniel, Maria Fernanda Costa também é uma campeã. Já tem no currículo de apenas três anos de tênis de mesa 16 medalhas. A mais importante a de campeã brasileira entre as Apaes, conquistada em novembro do ano passado. Logo depois também foi campeã na primeira edição dos Jogos Abertos de Caxias do Sul.

Nas competições, Maria é sempre acompanhada pela mãe, a arte-educadora aposentada, Karen Silva e pelo seu técnico e descobridor professor Mário César Bitencourtt.  Os dois se comunicam com a estudante usando língua de sinas libras. “Quando ela iniciou em Blumenau (no Centro Municipal de Ampliação do Tempo e Espaço Pedagógico da Criança e do Adolescente – Cematepca) não sabia perder. Depois passou a ser lapidada pelo professor César, que após passar os primeiros fundamentos da modalidade, encaminhou ela para treinar na Associação de Tênis de Mesa de Balneário Camboriú. Lá ele evoluiu seu jogo e se tornou uma vencedora”, lembra a mãe.   

Texto Antonio Prado

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Lido 1770 vezes Última modificação em Sábado, 02 Julho 2016 19:18