Dona Ivoni Werner, agricultora aposentada de 75 anos, de Seara, saía da cancha de bolão 23 da Sociedade Recreativa Salto do Norte, na tarde desta terça-feira, 21, em Gaspar, com um sorriso no rosto. Na mão direita, a carteira de identidade e, na esquerda, o bolão, instrumento responsável por ela derrubar 124 pinos dos 180 possíveis. A felicidade tinha um porquê: acabara de estrear na etapa estadual da 12ª dos Jogos Abertos da Terceira Idade de Santa Catarina (Jasti), evento para idosos com idade a partir de 60 anos promovido pelo Governo de Santa Catarina, por meio da Fesporte, em parceria com a prefeitura de Gaspar.
Na outra cancha, uma cena quase idêntica era repetida pelo seu Mário Haverroth, metalúrgico aposentado de 62 anos, de Salete, que derrubou 152 pinos em sua partida de estreia. Assim como dona Ivoni e seu Mário, os cerca de 2.300 atletas de 178 municípios estrearam com toda a intensidade nas modalidades de voleibol, bocha, bolão 23, canastra, dominó, truco e dança folclórica. Foi apenas o primeiro dia dos quatro que estão programados, com a finalização para a sexta-feira, dia 24.
Dona Ivoni Werner, agricultora aposentada de 75 anos de Seara (Foto: Antonio Prado)
Acostumada a plantar arroz, feijão, milho, mandioca e tirar leite de vaca na propriedade da família, em Seara; jogar bolão, para dona Ivoni, representa algo mais importante de que uma medalha de campeã. “Isso aqui é um divertimento, meu filho. Parece que a gente faz até física”, diz.
Se a incerteza nas palavras surgem, o mesmo não acontece quando o assunto é o amor pelo bolão. “Jogo todas as quintas-feiras, por uma hora na Sociedade Recreativa Searense”, diz ela, que é mãe de quatro filhos, que lhe deram quatro netos. “O bolão é um esporte maravilhoso, assim como os Jasti, onde eu conheço novas pessoas e outros lugares e me faz sentir viva”.
“Os Jasti são bons para a saúde”, a constatação é de seu Mário, que diz que tem a consciência que jamais será campeão. “Não tem problema. Isso aqui é para participar. Jogo bolão por que gosto”. O pensamento de seu Mário personifica a filosofia dos Jasti: promover o esporte de inclusão como política de estado.
Texto: Antonio Prado