Há três anos no Brasil, o haitiano de Porto Príncipe mal conhecia o futebol. Hoje, aos 14 anos de idade, Louvens Senatus, conhecido também entre os amigos como Cafuzinho, já é uma promessa no futebol de Rio do Sul.
A habilidade do garoto e a intimidade com a bola não aparentam que ele tenha começado a jogar futebol há apenas dois anos. “Comecei a jogar com os amigos e logo me apaixonei pelo futebol”, conta ele com um quase imperceptível sotaque estrangeiro.
A família é composta seis pessoas, os pais e quatro filhos. Todos trabalham numa empresa de alimentos, mas ainda passam por dificuldades financeiras. Com chuteiras surradas, mal podendo jogar, Louvens recebeu dos amigos uma chuteira nova. “Fizeram uma ‘vaquinha’ e compraram uma chuteira para mim. Fiquei emocionado. Chorei!”, conta ele meio sem jeito.
Torcedor do Grêmio e simpático ao Criciúma, o jovem haitiano diz que quer se profissionalizar e aceitaria proposta de qualquer time. “Sonho em jogar profissionalmente. É o que eu amo fazer”. Jogador de velocidade, resistência e bom passe, o técnico não teve dúvidas em colocá-lo numa posição que tem se tornado caca vez mais escassas no país: lateral direito, posição que lhe rendeu o apelido, em alusão ao icônico lateral da seleção brasileira, Cafu.
Com uma rotina diária de três horas de treino, o garoto do Haiti também foca nos estudos. Está no nono ano da Escola Paulo Zimermann. Ele pretende chegar à faculdade de Educação Física. Está entre os mais novos do time, mas já contabiliza cerca de 20 gols nos dois anos atuando em torneios regionais. É a primeira vez que Louvens participa de um evento em âmbito estadual.
O time de Rio do Sul perdeu para o de Concórdia por 1 a 0, na estreia do time nesta edição dos Joguinhos, no Estádio Municipal Alfredo João Krieck. “Não sei o que houve. Parecia que não tínhamos um time. Estava cada um jogando por si. Acho que foi nervosismo”, analisou o camisa 2. Na terça (23), às 15h15min, a equipe de Rio do Sul volta a campo contra Criciúma, na Associação Desportiva Tamandaré Esporte Clube.
Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte