Sexta, 22 Novembro 2019 23:23

Paradesporto: plantando sonhos e colhendo realizações Destaque

Escrito por 
Avalie este item
(0 votos)
Juntos eles somaram seis medalhas de ouro, todas com quebra de recorde Juntos eles somaram seis medalhas de ouro, todas com quebra de recorde Foto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte

A prática esportiva cada vez mais se mostra uma importante ferramenta de inclusão social, sobretudo quando se trata de paradesporto, uma área ainda muito recente no Brasil e que carece muito de apoio dos mais diversos setores da sociedade. Mas, passo a passo, valores vão se descobrindo e motivando o surgimento de novos atletas. E não precisa percorrer um caminho muito longo para começar a colher frutos de investimento e dedicação à vida esportiva.

Exemplos disso são Caroline e Mychael (pronuncia-se Micael), dois jovens de 15 anos, que foram descobertos por professores e um fisioterapeuta e vêm construindo história ainda muito recentes, porém já cheias de vitórias, superação, medalhas e muito orgulho.

Ambos possuem bastantes semelhanças, e uma delas é o fato de que, embora não seja a primeira edição de que participam e de que já tivessem conquistado medalhas, ainda não haviam estabelecido uma nova marca na competição. Desta vez, ambos estabeleceram novos recordes. Não uma, nem duas, mas três vezes cada um.

Caroline Gomes de Castro é natural de Bela Vista, no Paraná, mas vive em Balneário Camboriú desde o três anos de idade. Portadora de deficiência física superior e inferior do lado direito, compete na classe T37, nas provas de 100m, 200m e salto em distância. É a quarta edição de que ela participa e já soma 12 medalhas: sete de ouro e cinco de prata.

Ela começou no paradesporto aos 11 anos de idade, por iniciativa do fisioterapeuta Marcos Miranda, que observou o potencial da menina para o esporte e o quanto isso lhe traria desenvolvimento físico e psicológico. Carol é atualmente a primeira do ranking estadual na categoria e classe, nas provas de 100m, 200m e salto em distância, e no nacional, nas provas de de 75m, 250m e salto em distância. Ela já compete na categoria adulta também. Nos Parajasc deste ano, fez sua melhor marca nos 100m rasos e a segunda melhor da competição, com 15s90.

Caroline Gomes de Castro salta para a conquista de mais um ouro e de uma nova marca na prova                                       Foto: Heron Queiroz

Mychael Teixeira da Silva, natural de Joinville, é portador de paralisia cerebral. Está participando pela segunda vez das Paralimpíadas Escolares e já soma três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Assim como Caroline, Mychael também já passou a competir também na categoria adulta.

Ele conta que começou a prática do esporte em 2019, ainda com oito anos de idade, num projeto do RCD, quando conheceu a professora Rosecler Ravache, que lhe apresentou a escolinha de esportes do Centro Esportivo para pessoas Especiais (Cepe). Aos 13 anos, decidiu treinar atletismo, e já desponta como uma das promessas catarinenses no paradesporto.

Mychael Teixeira Silva cruza a linha de chegada e garante mais uma medalha e uma nova marca na competição                         Foto: Heron Queiroz

“Não desista de seus pequenos objetivos, porque com fé eles se tornarão sonhos realizados”, disse Mychael aos jovens atletas, em reportagem à Fesporte, logo depois da conquista de sua terceira medalha e novo recorde na competição. Carol e Mychael são apenas dois exemplos de atletas do paradesporto nos quais se plantaram sonhos para colher realizações.

Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte

Lido 2710 vezes Última modificação em Segunda, 04 Julho 2022 13:56