‘Marca, marca! Xaxim neles!’
“Vai, vai! Marca, marca! Aeee!” As palavras saem em forma de grito. E na quadra o incentivo se transforma em pontos. E os pontos em vitória. O autor dos gritos, das palavras ou incentivo, como queiram, é o técnico Deivid Bazzi, da Escola Estadual Neuza Massolini, de Xaxim, que de fora da quadra comandou seu time na vitória de 51 a 48 sobre o Sesi, de Joinville, na manhã desta sexta-feira, 21, pelas quartas de final do basquete masculino dos Jogos Escolares de Santa Catarina 15 a 17 anos, em São Miguel do Oeste.
A vitória, a terceira na competição, valeu vaga para a semifinal, que ocorre no final da tarde desta sexta-feira. Os Jesc são uma promoção do Governo de Santa Catarina, por meio da Fesporte, em parceria com a prefeitura de São Miguel do Oeste.
Não. Não foi uma vitória fácil. Joinville vendeu caro a derrota. A princípio a vitória de Xaxim parecia fácil, já que nos dois primeiros períodos, sempre esteve à frente com folga no placar. Mas depois, os joinvilenses se encheram de brio e foram para o tudo ou nada. Deu o nada para Joinville, e com requinte de crueldade personificada em duas prorrogações de cinco minutos, após empate no tempo normal. Na primeira prorrogação 34 a 34 e na segunda 39 a 39.
Técnico Deivid Bazz, de Xaxim, comanda o time fora da quadra (Foto: Antonio Prado/Fesporte)
Quando o equilíbrio entre as duas escolas surgiu em quadra entrou em cena o armador de Xaxim Willian Binda, que em dois tiros de três pontos chamou a responsabilidade pra si. Nos segundos finais, quando o placar apontava 48 a 48, as três bolas de lance livre convertidas pelo ala Leonardo Graciolli, deu fim o martírio do técnico Deivid e do time todo de Xaxim. Ufa!
A vitória de Xaxim teve um significado especial, já que venceu um gigante no esporte, que é Joinville. Outro ponto a destacar foi a posição do treinador Deivid durante o jogo, já que, por ainda estar cursando o sétimo período de educação física na Unoesc ainda não tem registro no CREF, condição obrigatória para que o treinador possa instruir o time dentro da quadra.
Diante da condição restou a Deivid instruir seus meninos de fora da quadra através da rede de proteção. “Vai, vai! Marca, marca! Aeee!”. Os garotos de Xaxim foram. Marcaram e venceram. “Aeee! Explodiram em alegria.
Texto: Antonio Prado
Confira as reações do técnico Deivid durante o jogo
Douglas Tumelero: a visão em dois planos nas quadras
Ele já vivenciou o lado atleta nos eventos de base da Fesporte, como os Jogos Escolares (Jesc), os Joguinhos Abertos e o Moleque Bom de Bola. Atualmente, Douglas Fernando Tumelero o outro lado das competições: o do apito.
Bacharel, licenciado e pós-graduado em Educação Física, Douglas Tumelero tem-se dedicado à arbitragem de futsal, futebol e badminton, além de atuar como treinador em uma academia de sua cidade: Quilombo. Com 35 anos, Douglas está há cinco na arbitragem. Antes disso, jogava futebol e futsal. Começou numa escolinha entre os sete e oito anos de idade e jogou até os 25.
Foi pela Escola Professora Jurema Savi Milanez, nos anos 90, de Quilombo, que participou de eventos como os Jesc, ainda na antiga formação, sem versões por faixa etária, e do Moleque Bom de Bola, do qual foi vice-campeão, jogando em casa. Além disso, também representou o município nos Joguinhos Abertos de Santa Catarina.
E foi justamente em Quilombo, numa etapa microrregional dos Jesc 12-14 que ele teve sua primeira atuação como árbitro, nervoso e preocupado em ter uma boa experiência e fazer boa arbitragem. Hoje se diz muito tranquilo nas atuações, sobretudo na relação com os atletas, o que ele atribui ao fato de também ter sido atleta e compreender o momento.
Para Douglas, é importante que o jogador tenha noção da visão da arbitragem. “Eventos como os Jesc, além de ajudar na educação dos atletas permite que eles tenham compreensão das regras esportivas e adequação a elas. Isso é importante para uma carreira mais sólida e duradoura”, destacou ele.
Douglas Tunelero em jogo dos Jesc 2019, em São Miguel do Oeste, posando ao lado da parceira Roseliane de Souza, entre atletas da Escola Guilherme Dauri, de Salete (E), e do Colégio Evangélico Jaraguá, de Jaraguá do Sul (D) (Foto: Luciano Heck)
Douglas tem como meta ainda chegar a árbitro nacional. Para isso, procura atuar bem para ser visto e valorizado. Casado e pai de uma filha, ele diz que uma das maiores dificuldades é abrir mão do convívio da família, principalmente aos fins de semana, em função dos eventos esportivos.
Sobre um dos assuntos da atualidade esportiva, o uso do VAR (video assistant referee ou árbitro assistente de vídeo), ele diz que precisa evoluir bastante, mas está no caminho para deixar o futebol mais justo e defende que futuramente possa ser também aplicado ao futsal.
Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte
Definição das semifinalistas dos Jesc saem nesta sexta
Esta sexta-feira, 21, promete fortes emoções nas quadras de São Miguel do Oeste. É que no final da tarde serão conhecidas as escolas semifinalistas da etapa estadual da 11ª edição dos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc) para estudantes de 15 a 17 anos das chamadas modalidades coletivas: futsal, basquete, voleibol e handebol no masculino e feminino.
Pela manhã ocorrem as quartas de final, o chamado mata-mata, ou seja, quem vencer segue com o sonho de disputar a final, conquistar o título e garantir uma vaga na seleção de Santa Catarina que disputará a etapa nacional da competição, os Jogos Escolares da Juventude, que ocorrerão em novembro em Blumenau.
A segunda etapa dos Jesc começou domingo, dia 16, com a participação de mais de 1.500 estudantes. A primeira etapa, com as modalidades individuais, atletismo, badminton, ciclismo, tênis de mesa, vôlei de praia e xadrez, foram disputadas entre os dias 15 e 16.
Algumas modalidades individuais, por questões de infraestrutura, serão disputadas em datas específicas e locais diferentes. A ginástica rítmica, por exemplo, ocorrerá dia 7 de julho dentro da programação do campeonato estadual de ginástica em Brusque.
Entre os dias 5 a 7 de julho a natação será realizada paralela aos Joguinhos Abertos de Santa Catarina no Complexo Aquático da Unisul, em Palhoça.
Já o torneio do judô está previsto para ocorrer entre os dias 19 a 21 de setembro na etapa estadual da Olesc em Videira.
A luta olímpica dos Jesc 15 a 17 anos será realizada dia 28 de setembro em Blumenau.
Texto: Antonio Prado
Marilei está entre os abnegados técnicos do esporte de base
A professora Marilei Lourenssi Oliveira conseguiu classificar pela primeira vez para a etapa estadual dos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc) de 15 a 17 anos, em São Miguel do oeste, as meninas do futsal da Escola Padre Antônio Vieira, do município de Anita Garibaldi. Isso é fruto de um projeto de autoria dela que, cada vez mais, vem dando frutos e revelando talentos.
Para quem acompanha as competições de esporte de base e observa o técnico à beira da quadra, do campo ou de qualquer outro espaço esportivo, com aquele jeito de pai ou mãe, ora dando bronca, ora incentivando, abraçando, comemorando ou chorando com os atletas, pela derrota ou pela vitória, muitas vezes não se dá conta do caminho trilhado para criar e manter um projeto esportivo de base, propondo aos jovens ações de inclusão. É um trabalho difícil, sobretudo quando se trata de instituições e municípios com poucos recursos. Resta ao profissional de Educação Física muita abnegação, força de vontade e criatividade.
Um bom exemplo desse profissional é a professora Marilei Lourenssi Oliveira, que há 17 anos se dedica ao projeto de futsal e futebol para as meninas do município de Anita Garibaldi, na região serrana catarinense. Marilei conta que começou na rede particular, enfrentando preconceito e tentativas de frustração do projeto. Em 2010, efetivou-se servidora do Município, vinculando o projeto à Escola Padre Antônio Vieira, onde conta com cerca de 100 alunas. Para isso, ela mesma buscou patrocínios. Atualmente, somam-se 13 apoiadores que patrocinam de forma financeira ou de fornecimento de alimentação e serviços como assistência dentária, contabilidade e academia.
Futsal feminino da Escola Pe. Antônio Vieira, de Anita Garibaldi, pela primeira vez no estadual dos Jesc 15-17 (Foto: Heron Queiroz)
Um projeto que começa a dar frutos
Além dos patrocinadores, Marilei destaca a importante parceria com as Leoas da Serra, clube de futsal de Lages que está entre os melhores do mundo. O clube cede ao projeto materiais esportivos como tênis, camisetas, calções, meias e luvas. Em troca, abre as portas para que meninas a partir de 16 anos possam ingressar na equipe lageana. As Leoas da Serra participarão dos Joguinhos Abertos deste ano, e contarão com cinco meninas de Anita Garibaldi no elenco: a Goleira Natália de Medeiros, a pivôs Maria Eduarda de Jesus e Francine Goulart, a ala direita Vitória Mendes e a central Ingrid Neri.
Apesar de ser a primeira participação da Escola Padre Antônio Vieira na etapa estadual dos Jesc 15-17, representando Anita Garibaldi, o projeto vem rendendo frutos nos últimos anos, pois já teve participação nos Jesc 12-14 e no Moleque Bom de Bola de 2018, ficando em quarto lugar.
Marilei ainda contribui com o projeto recebendo meninas com menos condições financeiras para morar com ela. Hoje há duas jogadoras, mas conta que chegou a haver cinco.
Marilei Oliveira comanda um projeto de esportivo com cerca de 100 meninas em Anita Garibaldi (Foto: Arquivo)
O apoio aparece quando o preconceito diminui
Dedicando-se durante 17 anos ao futebol e futsal femininos, a técnica disse que já sofreu muito preconceito e dificuldades como falta de apoio. “O futebol feminino no Brasil ainda precisa de muito incentivo, mas nos últimos tempos tem apresentado um avanço neste sentido. Futuramente pode estar bem melhor”, disse ela.
A professora Marilei é um exemplo de muitos profissionais da Educação Física que desdobram seu dia a dia para o desenvolvimento do esporte nos municípios, escolas e comunidades de Santa Catarina e para oferecer a jovens e crianças oportunidades, respeito e inclusão social.
Confira o vídeo desta reportagem
Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte
Maiara: da agricultura a passos largos para o sucesso
Talvez ela não imaginasse que sua vida mudaria em tão pouco tempo e que se tornaria uma das jogadoras de futebol e futsal mais disputadas pelos olhos clínicos de técnicos de esporte de base em Santa Catarina. Maiara Carolina Niehues, nasceu em Itapiranga, na afastada comunidade de São Ludgero. Filha de agricultores, ela cresceu entre as plantações de milho e fumo e os jogos de várzea para onde ia assistir ao pai. Não demorou dar os primeiros chutes. Hoje, defendendo a Escola Lourdes Lago, de Chapecó, participa dos Jesc 15-17 em São Miguel do Oeste. Na tarde desta quarta-feira (19), a equipe venceu a Escolar Antônio Morandini, também de Chapecó, por 3 a 0. Maiara destacou a importância dos Jesc por oferecer oportunidade a jovens atletas em projetar carreira esportiva em equipes de destaque.
Sua história no futebol começou entre os sete e oito anos de idade, quando já havia trocado as bonecas por bolas. E foi nessa época, jogando e driblando os garotos em campo de areia, quando o treinador da Escolinha Genoma Eldorado a levou para treinar. Foi em 2017, aos 12 anos, jogando pela Escola Santo Antônio, que, nas competições da fase municipal do Moleque Bom de Bola, a Escola São Vicente, do centro de Itapiranga a convidou para se matricular e competir na etapa estadual.
Distante do centro de Itapiranga quase 50 km, a garota saía às 6h da manhã, ia de moto até a Linha Santo Antônio, onde pegava o ônibus para o centro de Itapiranga. Persistente, a atacante, com suas passadas largas, explosão e chute forte, foi fundamental para levar a Escola São Vicente à final contra a Escola Vidal Ramos, de Concórdia. As meninas de Itapiranga foram vice-campeãs, mas a garota da comunidade de São Ludgero acabou recebendo o convite da técnica Ana Paula Deitos para estudar na Escola Vidal Ramos e fazer parte do projeto do Clube de Futsal e Futebol de Campo Feminino de Base da Associação Concordiense de Futsal Feminino (Acoff). Morando num apartamento com outras quatro meninas, longe da família, passou cerca de um ano em Concórdia e teve várias conquistas em 2018, como os títulos dos Jesc 12-14, da Olesc, no futsal, e do Moleque Bom de Bola, no futebol, além do vice-campeonato nos Jogos Escolares da Juventude, em Natal.
Durante a Olesc 2018, o técnico Amauri Giordan, da Adell/Chapecoense (projeto de parceria entre a Escola Lourdes Lago, de Chapecó, e a Associação Chapecoense de Futebol), observou a jogadora. No fim de 2018, ele entrou em contato com o pai de Maiara para convidá-la a participar do Torneio de Desenvolvimento da Conmebol - Categoria Sub-16, conquistando o terceiro lugar. De volta a Concórdia, não demorou muito para que Giordan voltasse a procurar a família de Maiara, então com a proposta de transferência definitiva para Chapecó. Em maio deste ano, já estava participando da Copa Nike Sub-15, com mais um terceiro lugar conquistado.
Habilidade, velocidade, força, explosão e muita dedicação: Maiara é quase completa (Foto: Heron Queiroz)
Inspiração em craques motiva a busca dos sonhos
Inspirada por Marta, Cristiane, Neymar e Messi, a menina tímida vai se desprendendo e mostrando a joia rara que tem se tornado para o futsal e futebol femininos de Santa Catarina. Maiara destacou a importância da família, em especial, do pai. Ela conta que ele teve de parar de trabalhar na lavoura, em decorrência de problemas na coluna. Isso a fez querer largar o futebol para ajudar o pai, mas ouviu dele que ela tinha que buscar seus sonhos. “Quem tem um sonho não deve desistir por qualquer coisa que acontece”, disse Maiara. No auge de seus 14 anos de idade, dona de uma beleza que poderia levá-la ao mundo da moda, ela alega que não largaria o futebol por nada. Quer fazer realizar seus sonhos no esporte e poder ajudar a família.
Depois dos Jesc, Maiara estará focada no Brasileiro Sub-18, que inicia em julho, envolvendo clubes de expressão do futebol brasileiro.
Em dois anos atuando em competições de base em Santa Catarina, Maiara já é uma forte aposta no futsal e futebol feminino, e junta-se agora ao competente grupo do Colégio Lourdes Lago, que já tem título de campeão mundial, conquistado em 2018, em Israel.
Texto: Heron Queiroz/Ascom/Fesporte
La Salle Peperi comemora 9 anos nas quadras escolares
Uma história de nove anos de participação nos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc) marcam a trajetória do basquete feminino do Colégio La Salle Peperi, de São Miguel do Oeste, que disputa mais uma edição da competição, agora em casa. A equipe que é tetracampeã estadual dos Jesc 15 a 17 anos e joga em busca do ouro nesta 11ª edição da competição.
Em 2015 o Colégio La Salle Peperi conquistou o título de campeão brasileiro na etapa nacional, em Fortaleza. No ano de 2018, as meninas foram vice-campeãs na disputa em Brasília/DF.
O técnico Anderson Dalla Costa (Dinho), que treina a modalidade desde seu início, em 2010, afirma que a equipe deste ano está preparada para ficar entre as três melhores dos jogos, e que vai brigar pelo título de campeã.
Em seu primeiro jogo, nesta edição da competição em São Miguel do Oeste, contra a EEB Pedro Maciel, de Chapecó, o time do La Salle Peperi venceu com a diferença de 17 pontos. Nesta quarta, jogou com a EEB Neusa Massolini, de Xaxim e venceu por 93 a 3.
Texto: Carla Karla Miotto Utzig
Começaram nos Jesc e foram à seleção e olimpíadas
Luísa Matsuo (Florianópolis) e Jéssica Maier (Timbó), na ginástica e Sérgio Galdino (Armazém), no atletismo participaram de olimpíadas; Anny de Bassi (Balneário Camboriú), campeã sul-americana, além de André Santos (Florianópolis), no futebol. Todos eles viajaram pelo mundo representando o Brasil com a seleção brasileira de suas respectivas modalidades, mas começaram a carreira nos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc). Em vídeo enviado aos atletas que disputam os Jesc 15 a 17 anos, em São Miguel do Oeste, eles falam da importância da competição em suas vidas.
Galdino: um olímpico a serviço da Fesporte e Jesc
A TV Fesporte entrevistou o ex-atleta da marcha atlética Sérgio Galdino, que nasceu em Armazém, SC, e está participando na organização dos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc) 15 a 17 anos em São Miguel do Oeste. Atualmente ele é integrante da Fesporte e conta como os Jesc foram importantes para ele chegar à três olimpíadas: Barcelona 1992, Atlanta 1996 e Atenas. #Jesc2019 #Fesporte
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